O grafeno é um material lamelar constituído por átomos de carbono e obtido a partir da grafite. Entre as suas características, destaca-se a dureza, a flexibilidade e a capacidade de conduzir calor e eletricidade. Atualmente, tem inúmeras aplicações no domínio da tecnologia.
Factos sobre o grafeno
Concretamente, um milímetro de grafite contém três milhões de camadas de grafeno, um material constituído por apenas uma camada de átomos de carbono e com uma estrutura semelhante à de um favo de mel, ou seja, uma forma hexagonal, segundo a Graphenano, uma empresa especializada em nanotecnologia.
Para que é utilizado o grafeno?
As suas características de dureza fazem com que este material seja utilizado para múltiplas aplicações no domínio tecnológico, mas também noutros. De facto, é o material mais resistente conhecido na natureza. O grafeno é comercializado em folhas, que são utilizadas em domínios como a eletrónica, a informática ou a aeronáutica, e também em pó, que é utilizado em áreas onde não é necessário um material de alta qualidade.
Desta forma, este material poderia ser encontrado incluído em numerosos dispositivos que rodeiam a nossa vida quotidiana, como computadores, carros, telemóveis ou aparelhos de som. Poderá também ser utilizado no fabrico de aviões, satélites espaciais ou automóveis, bem como em edifícios, tornando todas as construções mais seguras e resistentes, segundo o documento da Graphenano.
Na eletrónica, poderá ser utilizado para criar baterias com maior duração e menor tempo de carregamento, podendo substituir outros materiais atualmente utilizados e mais poluentes. De facto, o grafeno é capaz de gerar eletricidade através da energia solar, pelo que poderá ser uma boa opção no campo das energias limpas.
Coletes à prova de bala, ténis resistentes, edifícios, motociclos, robótica, lasers, sensores, comboios, aparelhos auditivos, próteses, embalagens de alimentos e um longo etc. são algumas das aplicações que este material poderá ter.
Quais são os perigos e os efeitos secundários do grafeno?
De acordo com estudos efectuados por investigadores da Universidade de Brown e da Universidade da Califórnia, um dos perigos do grafeno é o óxido deste material, que se forma quando é exposto ao ar livre e que pode deslocar-se através da água, como refere o Computer Today.
Outro efeito negativo é para o ambiente, uma vez que as nanopartículas de óxido de grafeno podem deslocar-se e distribuir-se em águas superficiais, como lagos ou rios. Além disso, os investigadores examinaram a potencial toxicidade do grafeno nas células humanas e descobriram que as arestas dentadas do material podem perfurar facilmente as membranas celulares e a pele, tanto em seres humanos como em animais.
"Estes materiais podem ser inalados voluntária ou involuntariamente", afirma Robert Hurt, professor de engenharia e um dos autores do estudo. Esta questão está relacionada com a recolha de máscaras no País Basco e em Castela e Leão, máscaras FFP2 contendo grafeno, que serão avaliadas quanto a possíveis riscos pulmonares.
As máscaras de grafeno são perigosas?
O perigo destas máscaras, cuja distribuição foi suspensa, pode residir no facto de os fabricantes não terem utilizado "folhas sobrepostas", mas sim nanopartículas "potencialmente inaláveis", explica Antonio Osuna, professor da Universidade de Granada e membro do Instituto de Biotecnologia.
Embora cientificamente ainda não se saiba muito sobre a utilização deste material nas máscaras, as nanopartículas inaladas pelos utilizadores das máscaras podem produzir inflamação nas membranas mucosas; teria de ser demonstrado que estas nanopartículas passam através dos filtros da máscara.
No entanto, a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (AEMPS) já solicitou, na passada quinta-feira, a cessação voluntária da comercialização destas máscaras cirúrgicas com biomassa de grafeno, uma vez que as autoridades sanitárias canadianas informaram, num documento, sobre os possíveis riscos decorrentes da presença de grafeno ou de biomassa de grafeno nestas máscaras.
Por conseguinte, a AEMPS está a realizar uma investigação sobre o risco potencial de inalação de partículas de grafeno resultantes da utilização destas máscaras cirúrgicas e sobre o risco que isso pode representar.